quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Borboletas - Parte 3

Não pensei dois segundos, e saí em disparada, desci as escadas que levam para o andar inferior de dois em dois degraus.
 Ainda nem sei por que estou sentindo tanta raiva, só me pergunto o que ele viu naquela garota e não viu em mim?
 O elevador demora alguém resolveu segurá-lo no quinto andar, se não fosse pela vista que tenho da minha cobertura, escolheria morar no térreo.
 Colo minhas costas no espelho do elevador, e tento contar até dez, no número seis já desisti, a porta se abre e tropeço no morador que vinha entrando.
 A 120 km sigo a primeira avenida que consegui encontrar, as luzes da cidade passam rápido pelo meu retrovisor formando um borrão.
 O relógio digital marca 24h10, enquanto meu velocímetro continua a subir, passei em dois faróis amarelos e no terceiro decidi que não ia adiantar sair que desgovernada pela cidade de São Paulo, além do mais já é tarde, mas a ultima coisa que quero é voltar para meu apartamento.
 Estaciono no primeiro bar que parece servir alguma coisa melhor que aguardente. Vejo a juventude nos rostos das pessoas que o freqüentam, e me pergunto em qual desses grupos eu me encaixaria?
- Nenhum.
 Automaticamente respondo para mim em voz alta.
 Sento num banco do balcão, o barmen se aproxima, ele é forte e tem uma pele de quem acabou de vir da baixada. Demoro meu olhar nele e ele pergunta: - Qual a bebida?
- Uísque com duas pedras de gelo, por favor.

1

Matt
 Resolvi sair de carro pela cidade, sem rumo e sem direção.
 Só quero relaxar, ver a cidade, essa gente bonita e quente que insiste em ser calorosa mesmo em momentos críticos.
 Talvez uma bebida me ajude a clarear meus pensamentos, o bar House Drinks é um dos meus favoritos. 
 Hoje parece mais cheio do que de costume, as pessoas começam a se espalhar na frente do bar, formando grupos de varias tribos, vão se misturando, se conhecendo, se amando.
 É assim que descrevo São Paulo para meus amigos distantes, uma mistura uniforme.
Peço uma cerveja, mas antes que eu conseguisse dar o primeiro gole, entra pela porta um furacão.
 Ela parecia estar perdida em meio a tanta gente, mas a sua presença é forte, cada lugar que ela passava as pessoas ia abrindo caminho.
 Que loucura de mulher, o vestido preto, colado, faziam suas formas chegarem perto da perfeição, o cabelo está agitado e parece ter vida própria, ela passa rápida e do meu lado deixa um rastro de perfume cítrico pelo ar.
Enfim, volto à realidade e bebo minha cerveja de uma única vez. Ela sentou no bar, não parece estar acompanhada.
Não vim aqui para isso, mas as surpresas do destino não devem ser discutidas, apenas vividas, então, não custa nada descobrir o nome dela.
Deixo o copo vazio sobre a mesinha e sigo em direção a mais perfeita visão.



Um comentário:

  1. Oi linda!!

    Saudades mil de vc também!!
    Continua escrevendo que eu to seguindo, ok!?

    Beijo enorme pra vc!

    Manda um beijo pro Alê... fala pra ele assumir a parte de Seleção, atender os candidatos da fila, e pedir aumento pra Silvana... rsrs.

    Beijos pra vcs, os que estão aí e os que estão de férias tb!!

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