Marisa segue por uma estrada que parece não ter fim, o passo descompassado e a mochila que pesa a fazem cambalear entre a neblina.
Não se sabe quem é Marisa, só se sabe da menina que transfigura a cada passo largo.
Não se julga Marisa, pois seus atos não lhe pertencem.
Não se julga Marisa, pois seus atos não lhe pertencem.
Quase não se vê Marisa, pois seu corpo engana e disfarça os olhos de quem procura.
Marisa joga no vento o cheiro do perfume cítrico.
Marisa desenhou na alma as marcas das linhas tortas.
Marisa desenhou na alma as marcas das linhas tortas.
Marisa vaga, mas é constante, ela pulsa e vibra junto com o vento que lhe sopra ao ouvido.
O destino está na força do próximo passo.
O destino está na força do próximo passo.
A vontade de ir para onde não se sabe o que é chegar.
A coragem para seguir espanta!
E lá vai Marisa, branca, nua, moldando a neve que caí.
Queimando as solas dos pés que grava no chão a história dos passos incertos porém contínuos...
Queimando as solas dos pés que grava no chão a história dos passos incertos porém contínuos...