segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Marisa




Marisa segue por uma estrada que parece não ter fim, o passo descompassado e a mochila que pesa a fazem cambalear entre a neblina.
Não se sabe quem é Marisa, só se sabe da menina que transfigura a cada passo largo.
Não se julga Marisa, pois seus atos não lhe pertencem.
Quase não se vê Marisa, pois seu corpo engana e disfarça os olhos de quem procura.
Marisa joga no vento o cheiro do perfume cítrico.
Marisa desenhou na alma as marcas das linhas tortas.
Marisa vaga, mas é constante, ela pulsa e vibra junto com o vento que lhe sopra ao ouvido.
O destino está na força do próximo passo.
A vontade de ir para onde não se sabe o que é chegar.
A coragem para seguir espanta!
E lá vai Marisa, branca, nua, moldando a neve que caí.
Queimando as solas dos pés que grava no chão a história dos passos incertos porém contínuos...