A tinta escorre sobre a superfície branca.
A tela virgem pede para que o sacrifício do artista aconteça.
Implora pelo ranger do espaço sendo preenchido.
Chora quando senti o desespero do pincel.
E sorri com o frescor da tinta, que por sua vez procura inutilmente um lugar para espalhar-se.
Observa as cicatrizes, o futuro, o retrato, o verso, o espaço em branco que resta.
Quando eu fui nada, eu era puro, porém intocado.
Hoje sou lembranças eternizadas, que se estilhaçam aos olhos de quem vê.
Na incerteza do entendimento, deixo que se vá!