terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Casa Laranja


Quando cheguei na casa laranja me senti como um grão de areia no deserto.
E não foi só porque eu era bem pequenino não, era porque lá era bem quentinho!!
Antes eu vivia entre milhões e agora aqui sozinho eu me sinto solitário.
A casa parece ter luz própria, muita água por toda parte e de vez enquando sinto leves tremores.
Aqui me sinto sempre satisfeito, nunca sinto fome ou frio. Sim confesso, sinto muito sono, mas nem sempre posso dormir, pois ouço um barulho constante e ritmado, que faz tuc-tuc tuc-tuc.
Com o passar do tempo eu já até me acostumei, e agora fico contando quantos tuc-tuc fazem até eu dormir.
O único problema da casa laranja é que ela diminui com o tempo. Aquela sensação de grão de areia já se foi, e até garanto dizer que quanto mais tempo passa mais apertadinho fica.
Sabe que esses dias aconteceu algo estranho.
EU OUVI VOZES!!
Sim, eu tive a impressão de já ter ouvido antes, mas dessa vez foi alto e claro.
O pior é que falavam comigo!
Hoje eu acordei preocupado, a casa laranja já nào serve mais pra mim, estou pensando em me mudar, pois já não caibo mais aqui.
Enquanto pensava percebi que toda aquela água estava indo embora. Foi ficando cada vez mais seco e dessa vez houve um grande tremor, fui puxado por uma força desconhecida.
Senti muito medo e chorei, e só parei quando ouvi o tuc-tuc bem de pertinho... 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Rosas



"Acordei gélida, com um sopro constante
No horizonte uma luz vibrante
Supliquei para que ela me banha-se  com seu calor
Nada.
Apenas, o som da gota de orvalho perfumado"

Maria Flor

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fantasmas


Mais uma vez o espaço intocado inflama entre as frestas.
O peso da lembrança latente.
A certeza de que nada mais importa, de que tudo que vivemos foi único, não pela importância e sim pela individualidade.
Nas linhas do ódio me deixou, sem se preocupar com as consequências de tal ato.
O silêncio que se fez selou o fim inacabado.
E as palavras presas no fundo da alma agora se debatem ferindo as paredes da memória.
Aos montes se acertam e suicidam-se na esperança de tomarem forma.
Te desprezo pela ausência, vacilo nas palavras e sou vencida por puro sentimento.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Borboletas - Parte 4


Sempre achei que bares não são os melhores lugares para se afogar as mágoas.
E no fundo, no fundo eu sempre estive certa.
Estou me sentindo nauseada, mas sei que não foi o uísque que me deixou assim, foram aqueles olhos, que descobri mirando em minha direção.
Eles me queimavam quanto mais se aproximavam, nadando entre as muitas cabeças em minha frente. Num impulso, sem sentido eu fugi.
Ainda escuto o som abafado da música lá dentro, a letra me fez lembrar o real motivo de estar aqui. A raiva mais uma vez me transpassa, sinto como se fosse atingida por um soco no estômago. Lembranças da visão de horas atrás passam sorrateiramente em meus pensamentos.
Arranquei com o carro. O bar ficou para trás, juntamente com os olhos que me embriagaram.

Matt
A garota parecei não estar com os pensamentos nesta mesma galáxia.
Ela saiu do bar da mesma forma que entrou, feito um furacão.
Poderia jurar que estava fugindo de alguém.
Quando percebi estava seguindo o seu carro vermelho, que disparado seguia pela avenida principal.
Eu sei que é loucura, mas no momento nada é mais importante do que a vontade de tocar aquela pele.
Quase perdi o controle quando numa curva fechada o carro dela desapareceu.
Por um segundo pensei que nunca mais iria encontrar aquele olhar.
Em uma rua movimentada, vi o carro dela entrar na garagem de um prédio. Estacionei o carro do outro lado da rua e decidi esperar até que uma das luzes apagadas lá em cima ascendesse.
Passaram-se dez minutos, e ao invés da luz, eu a vi na sacada da cobertura. Os cabelos esvoaçantes e o olhar em algum ponto do horizonte.
Só agora me dei conta de que eu nada sei nada sobre essa mulher que me hipnotizou, alias agora eu sei onde ela mora, pode ser um começo.
Fiquei ali observando sem ter noção do tempo, até que sem aviso ela entrou na escuridão do apartamento.
O relógio do carro marcava 3:25, ainda observava a sacada na esperança de que ela voltasse.  Uma movimentação na portaria do prédio roubou minha atenção.
Ela trocou de roupa, usava uma blusa branca, calça jeans, os cabelos antes revoltos agora estavam presos em rabo de cavalo.
Mais uma vez na mesma noite eu me vi seguindo uma desconhecida e sem noção alguma de onde ela estaria indo.
Não demorou muito ela entrou num café 24 horas. A atendente parecia feliz em vê-la, à recebeu com um sorriso largo e um abraço apertado.  
Enquanto as duas pareciam colocar os assuntos em dia, entrei no café, intimamente desejando ser invisível.
Ainda não tinha parado para pensar qual seria a reação dela ao me ver pela segunda vez na mesma noite.
Escolhi a mesa mais escondida e mal localizada do café, logo a mesma moça veio me atender.
Com o mesmo sorriso simpático, porém não recebi o abraço apertado.
- Boa Noite! Qual é o seu pedido?
Ela segurava uma caderneta e uma caneta que parecia ter urgência em anotar o pedido para ir atender o próximo cliente.
- O mesmo que o da moça de branco. – Respondi. 
Ela correu os olhos nas mesas e eles pareceram aumentar de tamanho quando pousaram nela. Gaguejou para responder, mas não questionou o pedido. Apenas disse: - Si Sim, Senhor.
Voltei a atenção para minha fugitiva, parecia mais relaxada. Agradeci a algum ser superior por estar tão perto mais uma vez.
O pedido não demorou e logo depois de ver serem servidos na mesa dela um grande copo de café acompanhado de mini pãezinhos, um pedido idêntico repousou na minha mesa.
A pergunta que não quer calar é como vou falar com ela, sem que ela fuja novamente?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Não procure respostas....


Quando não há mais nada a ser feito, dá-se como consolo o Motivo.
Mas enquanto há tempo de fazer diferente, não se deve procurar o Por que
Pois, o tempo que se passa fazendo perguntas é maior do que o tempo encontrando respostas.
E não há respota que preencha a dúvida, quando não se tem objetivos.
Faça de si mesmo o guia que indica a próxima parada, mas não deixe para trás o inevitável, saiba superar o fatos ocorridos, pois, ainda é possível escolher o seu futuro, o impossível é apagar o seu passado!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Se eu falasse a língua dos Anjos...



Já é madrugada na língua dos anjos.
Mas, quem foi que disse isso a eles?
O espaço tem a mesma distância, o mesmo toque, só fez o céu mudar de cor.
Cai o véu que inverte.
É hora de mostrar-se.
Na hora em que os rostos são pintados, não se lembra do calor do sol que  derrete toda a máscara.
É no canto das avenidas, no desdobramento dos caminhos que se encontra  a alma perdida.
A busca do semelhante circular.
Na simetria de uma perfeição incorreta.
A espera injusta, a demora que leva descrença.
O fôlego que ressurge das profundezas e jorra sem cobrar ingresso.
Sem pedir licença.
Ameaça ir embora, e se refugia no segredo da melodia intocada.
Guarda teu sumo, protege seu caule, pois as foices estão afiadas. 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Em branco...


A tinta escorre sobre a superfície branca.
A tela virgem pede para que o sacrifício do artista aconteça.
Implora pelo ranger do espaço sendo preenchido.
Chora quando senti o desespero do pincel.
E sorri com o frescor da tinta, que por sua vez procura inutilmente um lugar para espalhar-se.
Observa as cicatrizes, o futuro, o retrato, o verso, o espaço em branco que resta.
Quando eu fui nada, eu era puro, porém intocado.
Hoje sou lembranças eternizadas, que se estilhaçam aos olhos de quem vê.
Na incerteza do entendimento, deixo que se vá!

sábado, 30 de abril de 2011

Um segundo Talvez...





Se em um segundo talvez você estivesse lá e nada mais existisse?
Se nesse mesmo segundo em outro lugar qualquer do mundo um pensamento estivesse pairando?
Em um instante seguido do ritmo  algo acontecesse.
Se o instante passasse e você não tivesse percebido!
Que o vento soprou na direção contrária;
Que o brilho do olhar era de um reflexo incomum;
Que a luz que brilhava não era reflexo da lua.
Em um segundo talvez, tudo mudasse...
Muda a cor.
Muda o nome.
Muda o sangue.
Mas, não muda a Alma!
Neste instante, o tic-tac misturou-se com as batidas.
Neste instante,o hálito misturou-se com o vento.
O céu mudou de cor.
O presente virou passado,
e nada mais será mudado.
Um instante incerto, discreto, sutil.

Um segundo talvez....

sábado, 12 de fevereiro de 2011

My Dear, I Miss - (Who Knew) Pink

 

 

Quem Diria

Você pegou na minha mão, você me mostrou como
Você me prometeu que ficaria por perto,
Aham... Tá certo
Eu absorvi suas palavras e eu acreditei
Em tudo, que você me disse,
É, aham... Tá certo

Se alguém dissesse há três anos, que você iria embora
Eu me ergueria e socaria todos eles, porque eles estariam errados
Eu sei melhor que eles, porque você disse "para sempre"
"E sempre", quem diria...

Lembra-se quando nós éramos tão bobos
E tão convencidos e tão legais,
Oh não... Não não
Eu queria poder te tocar de novo
Eu queria poder ainda te chamar de amigo
Eu daria qualquer coisa

Quando alguém disse "seja agradecido agora, antes que eles estejam muito longe"
Eu acho que eu não sabia, eu estava totalmente errada
Eles sabiam melhor que eu, ainda sim você disse "para sempre"
"E sempre", quem diria

Yeah yeah

Eu te manterei trancado em minha mente
Até nós nos encontrarmos novamente
Até nós...
Até nós nos encontrarmos novamente
E eu não te esquecerei, meu amigo
O que aconteceu?

Se alguém dissesse há três anos a partir de agora, você estaria muito longe
Eu me ergueria e socaria todos eles, porque eles estariam errados

Aquele último beijo, eu vou valorizar, até nós nos encontrarmos novamente
E o tempo torna tudo mais difícil, eu queria poder me lembrar
Mas eu mantenho sua memória, você me visita enquanto durmo.

Meu querido, Quem diria
Meu querido, Meu querido
Quem diria, Meu querido
Sinto sua falta, Meu querido
Quem diria, Quem diria
For you...

O tapa que não te dei....

Palavras, apenas, palavras...

 











Dizem que o pobre é ignorante.

I GNORÂNCIA SÃO
GESTOS
NÃO
OBRIGADOS QUE
RARAMENTE
ATINGEM A
NAÇÃO DOS
TEMENTES
EXECULTIVOS


O pobre não é IGNORANTE.
Ele é POBRE.

A palavra POBREZA.
Que deriva de POBRE.
Que é antônimo de PODER.
E sinônimo de NÃO PODER.


Gente que é gente,
Que não se entende como gente!
Que por não ter dinheiro, é olhado como se tivesse Bicheiro!


Apenas lembrem-se!!

Quando a alma do corpo não mais necessitar, todos seremos iguais e não haverá ouro e nem pedra que irá salvar a sua dignidade!


Fernanda Souza.
12/02/2011